BRASIL X ESPORTE
BRASIL X ESPORTE
Se você vai incentivar seu filho (a) a se tornar um atleta de alto rendimento faça-o pelos benefícios físicos, da saúde e do aprendizado. Ficar rico através do esporte no Brasil é como acertar na loteria! Pode até acontecer... Mas, poucos conseguem este êxito.
O Brasil tem uma política pobre quando o assunto é investimento no esporte. A Educação e a Saúde recebem verbas “carimbadas” da União, Estados e Municípios. De todo orçamento (100%) das receitas, 25% deve ser aplicada na Educação e 15% na Saúde. Não vou me ater ao fato de que o brasileiro não tem uma saúde de qualidade e nem educação de qualidade, esse tema nos remeteria a outro tipo de literatura.
Participei de um grande encontro em Brasília em 2010. O Governo Federal reuniu na oportunidade milhares de representantes do esporte nacional na capital federal com o objetivo de debater importantes temas esportivos. O Brasil sediaria nesta década a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Na oportunidade constatei uma triste realidade nacional. Considerando 100% dos orçamentos da União, Estados e Municípios que investem 25% na Educação e 15% da Saúde, que o Esporte recebe em média apenas 1% de incentivo. Esse 1% inclui toda despesa de custeio, assim, os “investimentos diretos no esporte” ficam abaixo de 1% do orçamento total. Essa é a média nacional de incentivo ao esporte na Federação, nos Estados e Municípios.
Assumi a Secretaria de Esportes de Ribeirão Preto – SP em 2009. Recebia todos os dias pais de atleta, atletas, empresários e visionários que pertenciam à iniciação esportiva, ao esporte de alto rendimento, esportes adaptados e da terceira idade. Pedidos e pedidos de incentivo que variavam de uma simples viagem para participar de uma competição até o patrocínio de um grande evento esportivo. Chegavam todos os dias solicitações para recuperação de equipamentos esportivos públicos, campos, praças, pedidos de materiais esportivos e etc..
Diante da realidade orçamentária, fomos obrigados a partir para as parcerias PPP (Parceria Público Privado) e fomos até bem sucedidos neste propósito, assinando importantes convênios que patrocinaram muitos de nossos projetos de iniciação esportiva, inclusão social e até de alto rendimento. Porém, deixamos de realizar muitos projetos e atender milhares de jovens porque nossa verba era pequena e comprometida com despesas de custeio e o cumprimento de um calendário esportivo fixo.
É lamentável, mas ser atleta no Brasil é uma missão que vai além da dedicação, do esforço físico, da aptidão e da dedicação do seu filho (a).
Formar um atleta no Brasil vai além do empenho dos senhores Pais também. Para se tornar uma realidade, este sonho enfrentará um ambiente externo hostil e carente de apoio! Vivemos no Brasil uma “cegueira institucional” na política de investimento ao esporte. Nossos homens públicos a começar pelo Presidente da República, senhores Ministros, Senadores, Governadores, Prefeitos, Deputados e Vereadores. Eleitos pelo povo e responsáveis pela criação de leis e execução de projetos. Estes senhores seguem contrariando a lógica.
Os fatos falam por si! Vejamos esta realidade no Brasil onde alguns estudos e pesquisas apontam a seguinte realidade:
(pesquisa feita em 2017/18)
- Um presidiário custa aos cofres públicos em média R$ 2.400,00 (Dois mil e quatrocentos reais) por mês para o Estado.
- Contudo o “investimento em um aluno” custa aos cofres públicos R$ 2.200,00 (Dois mil e duzentos reais) por ano para o Estado.
Isso mesmo! Enquanto o Estado brasileiro “gasta” perto de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) anuais com “cada presidiário” no sistema carcerário,
o mesmo Estado “investe” R$ 2.200,00 (dois mil e duzentos reais) anuais , eu disse ANUAIS, para estudar e formar uma criança na escola.
Se você duvida destes números, faça uma pesquisa e ficará frustrado como eu! Esses números são reais, (2017) afrontam e subestimam a capacidade de entendimento de qualquer um.
O Ministério dos Esportes, dentro da média nacional de investimento que citei, incentiva alguns atletas através do Programa Bolsa Atleta (orçamento cortado em 90% em 2017 pelo então Presidente Michel Temer) . Atletas campeões que alcançam expressivos resultados nacionais e internacionais em suas respectivas modalidades esportivas recebem um apoio financeiro por um período que pode ser renovado se o atleta manter-se no topo. O valor deste incentivo pode variar de acordo com a competição, a modalidade esportiva e o resultado alcançado.
O Ministério também incentiva a criação de Projetos Esportivos que são patrocinados através de renúncias fiscais. Estes projetos esportivos atendem ao esporte educacional, a iniciação esportiva, o alto rendimento e a inclusão social. A elaboração de projetos desta natureza é complexa. Existem empresas especializadas na sua elaboração. Tais projetos necessitam de aprovação e prestação de contas junto ao Ministério dos Esportes. Os maiores e principais investimentos que fazem a roda dos grandes eventos esportivos girarem no Brasil partem da iniciativa privada. O Futebol é o nosso maior exemplo!